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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Fé-licidade

O que é felicidade, afinal? Um sentimento, um estado de espírito, um momento ou um ditado popular? Ha quem diga que a felicidade é um conjunto de circunstancias, boas, claro. É um sentimento, um estado, um bom êxito ou ate mesmo sorte. Concordo, discordando. Primeiro porque acho que a felicidade já não tem mais tradução. Ninguém defini, mas ao mesmo tempo sente falta. Aquela coisa de "eu era feliz e não sabia"... É impalpável mas da pra sentir. Nem sempre tarde demais, as vezes antes da hora ela vem, daí mais um sentimento defeituoso; a decepção. Mas como estamos falando de felicidade, vamos deixar essa palavra feia pra lá. Bom, continuo descordando porque a minha felicidade pode ser bem diferente da sua. Talvez o que me traga felicidade não seja um conjunto de circunstancias, mas sim apenas uma, que elimine todas as outras. Talvez me seja suficiente. Posso saber ser feliz com pouco, ou posso me exigir demais. 
      
Sorte? Pode ser que sim.. dizem que sorte é sempre bom. Mas não sei se confio muito nessa palavra, acho traiçoeira demais. Uma ilusão. Nem acredito muito que a sorte, por melhor e mais bem vinda que seja traga felicidade. Pode ser que por um momento, ou alguns, e basta. Sem contar que uma vida feita só de sorte, nem em conto de fadas. Mas o azar vem de crédito, uma hora ou outra. Ai meu amigo, problema seu e da sua felicidade eloqüente. 
      
Um estado momentâneo, ai já começa a me interessar mais. Até porque desacredito em quem diz ser feliz o tempo todo, acho desumano, chato. Tem quem sinta essa felicidade momentânea com mais freqüência que outros, tem quem custe e até tenha medo, tem quem simplesmente não sabe, não sabe sentir. Aquele arrepio, o coração disparando, mãos suando, um carinho, flores, um sorriso, uma conquista, ou até mesmo o prazer de se erguer após uma derrota. Acredito nisso, e em muito mais. Ver o sol nascer, as ondas vindo em sua direção, o calor, o frio... Acho que a vida é feita disso, de momentos. No fim, vamos juntado os pedacinhos e vendo no que da. 
       
Mas a verdade mesmo, é que acho que a felicidade não deveria estar no dicionário, não deveria ter explicação ou definição. Pra mim não tem. Porque cada um sabe do que está la dentro. Se concluirmos que a felicidade é feita então em fragmentos, penso que sou feliz. Sou porque para ser sincera, até a tristeza me traz felicidade, sei espremer essa palavrinha de quase tudo que é adjetivo, substantivo, adjunto, verbo ou seja la o que for. É a opção que tenho, ou a opção que me dei. Acho que no fim, todo mundo, de um jeito ou de outro, esta em busca dessa coisa intocável. 
       
Tem gente que larga tudo e vai viver na praia, quem não precisa do óbvio. Ja tem que precise e se mata por isso, mas quem sou eu pra julgar? Não é isso, ou aquilo, ou aquele que podem trazer a felicidade para nós. É tudo, é nada. Cinco filhos, dois, ou nenhum. Um abraço, um cafezinho da vovó. Talvez seja um mito, cada um descobre a sua verdade. Talvez seja uma palavra que veio pra substituir a alegria, mas que traga junto muita fé. Fé, que um dia ela vem, ou que volta. Fé-licidade, para todos nós.      

terça-feira, 10 de julho de 2012

Pequenas grandes fraquezas

Hoje me peguei completamente reprimida por uma barra de chocolate. Era como se aquele pedaço de desejo doce fosse capaz de me dominar por completo.Se sou forte o suficiente para me controlar? Claro que sou. Se ela me venceu? Sempre vence. E nos segundos seguintes é como se a minha fonte de prazer fosse a minha maior decepção. Eu não queria, me neguei até os últimos segundos em que minha mente me permitiu ser forte, foram poucos porém dignos de muito orgulho. Sinal de que tentei? Obviamente sim, ou disso tento me convencer. É como se alguns minutos de saciedade valessem horas de reprovação pessoal. Muito por causa de uma barra de chocolate, pouco por tamanha insatisfação que insistentemente incomoda, atormenta. Isso tudo, ou isso nada, envolve muito mais do que a minha incorruptível insanidade ideológica.
     
Como diz aquele velho ditado popular: segunda-feira vou entrar em um regime sério. Ainda bem que geralmente não especificamos de que segunda-feira estamos falando, esperando não tão ansiosamente assim que ela finalmente chegue um dia. Eu estou esperando pela minha a um bom tempo. Algumas vezes ela até chega, mas descobri que também não especifiquei a duração do meu tão esperado regime, geralmente três dias, porque na quinta-feira me rendo a uma cerveja bem gelada, ou a tentadora barra de chocolate volta a me perseguir.  
     
Não adianta choramingar ou arrepender. É perturbador o fato de que ninguém pode fazer nada por mim. Uma pena, seria bem simples. Confesso que me peguei conformada várias vezes, conformada com a minha falta de capacidade de controlar a quem acho tão fora do meu controle: eu, eu mesma. O resto parece fácil demais. Porque cuidar de mim parece exigir muito mais que opinião, bom gosto, ideologias ou fé. Queria poder dar férias ao meu desleal consciência, pensei em até aumentar o salário daquela vozinha fraca que as vezes tenta me ajudar, pobrezinha.
     
O dia seguinte sempre traz a ilusão de que amanha terei a chance de fazer tudo diferente, mas sempre me esqueço de que o hoje é o amanha de ontem, e geralmente quando me lembro ja é tarde demais. Ja estou atormentada pelos meus pensamentos e arrependimentos inevitáveis.
    
Não importa. O que me atormenta é saber que o que era para servir as minhas vontades me faz completamente refém. Não mais me sacio, me cumpro, como se isso ou aquilo fosse acontecer de qualquer forma. Afinal, porque erramos tanto sabendo que depois simplesmente não valerá a pena? Me sinto fruto de uma subestimação criada por mim mesma, a mim mesma. Fraca. Ao mesmo tempo me nego um adjetivo tão forte. Forte, é o que amanha vou tentar ser quando os meus vícios imaginários virem me desafiar. Ou quem sabe segunda-feira eu o faça.