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terça-feira, 10 de julho de 2012

Pequenas grandes fraquezas

Hoje me peguei completamente reprimida por uma barra de chocolate. Era como se aquele pedaço de desejo doce fosse capaz de me dominar por completo.Se sou forte o suficiente para me controlar? Claro que sou. Se ela me venceu? Sempre vence. E nos segundos seguintes é como se a minha fonte de prazer fosse a minha maior decepção. Eu não queria, me neguei até os últimos segundos em que minha mente me permitiu ser forte, foram poucos porém dignos de muito orgulho. Sinal de que tentei? Obviamente sim, ou disso tento me convencer. É como se alguns minutos de saciedade valessem horas de reprovação pessoal. Muito por causa de uma barra de chocolate, pouco por tamanha insatisfação que insistentemente incomoda, atormenta. Isso tudo, ou isso nada, envolve muito mais do que a minha incorruptível insanidade ideológica.
     
Como diz aquele velho ditado popular: segunda-feira vou entrar em um regime sério. Ainda bem que geralmente não especificamos de que segunda-feira estamos falando, esperando não tão ansiosamente assim que ela finalmente chegue um dia. Eu estou esperando pela minha a um bom tempo. Algumas vezes ela até chega, mas descobri que também não especifiquei a duração do meu tão esperado regime, geralmente três dias, porque na quinta-feira me rendo a uma cerveja bem gelada, ou a tentadora barra de chocolate volta a me perseguir.  
     
Não adianta choramingar ou arrepender. É perturbador o fato de que ninguém pode fazer nada por mim. Uma pena, seria bem simples. Confesso que me peguei conformada várias vezes, conformada com a minha falta de capacidade de controlar a quem acho tão fora do meu controle: eu, eu mesma. O resto parece fácil demais. Porque cuidar de mim parece exigir muito mais que opinião, bom gosto, ideologias ou fé. Queria poder dar férias ao meu desleal consciência, pensei em até aumentar o salário daquela vozinha fraca que as vezes tenta me ajudar, pobrezinha.
     
O dia seguinte sempre traz a ilusão de que amanha terei a chance de fazer tudo diferente, mas sempre me esqueço de que o hoje é o amanha de ontem, e geralmente quando me lembro ja é tarde demais. Ja estou atormentada pelos meus pensamentos e arrependimentos inevitáveis.
    
Não importa. O que me atormenta é saber que o que era para servir as minhas vontades me faz completamente refém. Não mais me sacio, me cumpro, como se isso ou aquilo fosse acontecer de qualquer forma. Afinal, porque erramos tanto sabendo que depois simplesmente não valerá a pena? Me sinto fruto de uma subestimação criada por mim mesma, a mim mesma. Fraca. Ao mesmo tempo me nego um adjetivo tão forte. Forte, é o que amanha vou tentar ser quando os meus vícios imaginários virem me desafiar. Ou quem sabe segunda-feira eu o faça.

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