Pesquisar

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Eu, quem?

Eu nunca me senti muito eu mesma, se é que isso é possível. É como se eu fosse um pouquinho de cada coisa, de cada pessoa, de cada lugar. Eu me procuro em tudo que faço, e geralmente não me encontro. Costumo não me conformar com certas coisas que fiz, e as vezes me conformo demais. Escrevo, apago, escrevo a mesma coisa de novo e, quão ridículo foi isso? As vezes me sinto estranha, louca, as vezes normal demais, tediosa. 
      
Não sei exatamente dizer ou entender o que significa ser. Afinal, você é o que veste? O que fala? Como anda ou sorri? Uma mistura, ou uma mudança? Que a mudança faz parte de mim, disso estou certa. Gostar absolutamente das mesmas coisas sempre não é um peso que costumo carregar comigo. Gosto de gostar, e conhecer. Posso não gostar mais amanhã, ou daqui um ano, o que provavelmente vai acontecer. Dai acabo me perdendo, e não me acompanho.
     
Ai você me pergunta: quais os seus defeitos, qualidades, gostos ou estilo musical? Preciso pensar bem porque, provavelmente da última vez que pensei a respeito pra cá, mudei bastante. Estão ai pedacinhos do meu eu. Uma música com a qual não esqueço, um abraço, um beijo.. um filme, um livro, uma conversa de cinco minutos atras, uma perda. Não acho nada disso ruim, muito pelo contrário. A mudança é importante, ela revigora. Seria muito chato ser sempre a mesma pessoa, gostar sempre das mesmas coisas, hábitos. 
     
Não costumo tentar entender as coisas, ate porque acho que certas coisas simplesmente não foram feitas para serem entendidas. Seria muito fácil me entender ou me controlar. E como tudo que é fácil, seria bem cansativo. Resta a mim me aceitar, e aprender a lidar com as minhas mudanças e, acredite, as vezes são tão rápidas que me perco, em mim mesma. Não que não goste de quem sou, ou fui, ou tenha medo do que vou ser. Muito pelo contrário, me acho emocionante. Talvez eu não seja o que eu queria, mas seja o que sou. Talvez, e bem provavelmente, a recíproca seja verdadeira.
     
Eu me zelo, me cuido, me amo. Me condeno e muito me admiro. Sou a mais ríspida e severa julgadora de mim mesma, e as vezes sou boazinha demais. Tento me compreender de todas as formas e maneiras, mesmo isso geralmente não acontecendo. Costumo conversar comigo mesma o suficiente para acabarmos brigando, mesmo sempre fazendo as pazes em seguida. Mesmo confuso, as vezes sofrido ou intenso até demais, é, com certeza eu prefiro ser, essa metamorfose ambulante.



Nenhum comentário:

Postar um comentário